12/12/2016

Alcides Neves - Tempo de Fratura (1979)

Primeiro álbum de Alcides Neves, lançado independentemente, em 1979. O disco impressiona pela ousadia e pelo experimentalismo, aproximando-se, ao mesmo tempo, da herança tropicalista, no que ela deixou de mais arrojado, da então efervescente Vanguarda Paulista e, sobretudo, dos trabalhos da genial geração de compositores nordestinos - Zé Ramalho, Alceu Valença, Ednardo, Fagner e outros tantos - que se lançaram em escala nacional na década de 70, tendo sido recebido com entusiasmo pela crítica. 

Alcides, cearense de nascimento, criado na Paraíba e radicado em São Paulo, é psiquiatra, compositor e instrumentista, tendo posteriormente lançado dois outros álbuns - "Destrambelhar ou Não", em 1983, e "Dr. Louk’Américas", em 2008 - formando uma espécie de trilogia, que não deixa de dialogar com a sua área de atuação médica, ao propor um exercício musical e poético de questionamento e alargamento das fronteiras do "normal". 

Nas palavras do próprio, constantes na contracapa do vinil: "se algum mérito tiver esse LP, é o de se achar inteiro na sua deformidade, tendo sido totalmente planejado sem interferências externas".  (Texto retirado integralmente do canal Pimalves)
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Faixas do disco:
01 Tempo de fratura
02 Desencontro das águas
03 Lampião
04 Hibernante in tempore
05 Tango
06 Banquete na casa de pedra
07 O trem
08 Urubuzalê
09 Aventuras de um luso-tropical
10 Los invasores
11 Desen (fado)


Disco completo no youtube:


Baião de Viramundo - Tributo a Luiz Gonzaga


O disco abre com o encontro dos rappers Black Alien & Speed Freaks com Rica Amabis para recriar o lamento "Vozes da seca". DJ Dolores, acompanhado de vozes das meninas da Comadre Florzinha e mais samplers desconstrói "A dança da moda". Otto injeta pandeiro e eletrônica pé-de-serra em "Orélia". Stela Campos desacelera "Sabiá". Um dos maiores clássico de Gonzagão, a linda "Qui nem jiló", não perde tanto na voz de Andrea Marquee, ainda que a canção merecesse um melhor tratamento. O mesmo acontece com os arranjos finos do Nouvelle Cuisine para "Acauã", descaracterizando completamente a toada composta especialmente para o "William Hearst canastrão" Assis Chateubriand. O Sheik Tosado desce a lenha frevo-hardcore em "Assum preto" outro grande sucesso de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Anvil FX em companhia do canto narrado de Lex Lilith - aka Alex Antunes - despejam esquisitice noise-eletrônica na homenagem "LG - tu'alma sertaneja". A Nação Zumbi imprimiu sua personalidade no forró viajante de "O fole roncou". O Eddie, que é bom de ritmo, quebrou o balanço de "Retrato de um forró". A percussão infinita de Naná Vasconcelos e as cordas de João Carlos transformaram o lamento de "Juazeiro" numa canção instrumental, densa e detalhista. 

Dos que fazem do "Baião de Viramundo" uma homenagem sem interferir tanto nos xotes, baiões e forrós, vale destacar a bela interpretação do Mestre Ambrósio para "Cacimba nova", na qual Siba se mostra como um dos herdeiros da melancolia do filho de Exu. O Mundo livre s/a reinterpreta bem o divertido debate-embolada "Dezessete e setecentos". O Cascabulho segue a mesma linha do Mestre Ambrósio e levantam a poeira 'for all' em "De Juazeiro a Crato", a canção não deu trabalho para a voz Silvério Pessoa, altamente influenciada pelo menino de Exu. Chão e Chinelo mantém o peso no baião de retirante "Marimbondo". O quarteto de vozes femininas Comadre Florzinha resgatam o baião "Minha fulô" num arranjo econômico de percussão. 
(Fonte: texto retirado integralmente do blog Disco Furado)

Faixas do disco: 
01. Vozes da seca (Black Alien, Speed & Rica Amabis)
02. Cacimba nova (Mestre Ambrósio)
03. A dança da moda (DJ Dolores)
04. Orélia (Otto)
05. O fole roncou (Nação Zumbi)
06. Dezessete e setecentos (Mundo Livre SA)
07. Assum preto (Sheik Tosado)
08. Retrato de um forró (Eddie)
09. De Juazeiro a Crato (Cascabulho)
10. Minha fulo (Comadre Florzinha)
11. Juazeiro (Naná Vasconcelos & João Carlos)
12. Sabiá (Stela Campos)
13. Marimbondo (Chão e Chinelo)
14. Quem nem jiló (Andréa Marquee)
15. Acauã (Nouvelle Cousine)
16. Tu'Alma Sertaneja (Anvil FX & Lex Lilith)


Banda Mestre Ambrósio interpretando "Cacimba Nova":

Baia - Habeas Corpus (2006)



O CD “Habeas Corpus”, dezembro de 2006, foi um marco por ser o primeiro disco solo na história do cantor e compositor. Foi o CD que lhe permitiu o aprendizado de fazer parte em todas as fases de produção e conseguir um resultado de continuidade com relação ao seu estilo anterior.

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Baia iniciou sua carreira, em 1992, com sua banda Baia e RockBoys, com participações em festivais como O Baú do Raul, Lual da Farme, Arcos da Lapa, Verão no Arpoador, onde abriu o show de Jorge Ben Jor, para um público de vinte mil pessoas, num despertar triunfal, onde ficou evidente sua natureza artística.

Nos anos 1995, 1998 e 2001 lançou três discos com a banda: “Na Fé” (Selo Fora da Lei); “Overdose de Lucidez” (Deck/PolyGram) e “Entrada de Emergência” (A.R. Discos), respectivamente. Contou com a parceria do saudoso guitarrista Tonho Gebara que faleceu em 2004, por problemas cardíacos.

Com o parceiro e guitarrista Shilon, promoveu o festival Sexta Sim, no Teatro de Lona da Barra. Evento que marcou os anos 90, naquela região carioca, onde toda uma geração se apresentou como: Marcelo D2, Rappa, Natiruts, Los Hermanos, Farofa Carioca, Dread Lion, dentre muitos outros que iniciaram suas carreiras, naquela década.

Maurício Baia é o nome artístico de Maurício Simão de Moraes, nascido em Salvador, Bahia, em 30.04.1973. No ano de 1979, Baiafoi morar em Recife, onde suas raízes familiares são mais profundas e, em dezembro de 1985, Baia chegou ao Rio de Janeiro, com 13 anos de idade, aonde é radicado e se sente em casa. (Fonte: Baia - site oficial)


Faixas do disco:
01. Fulano (Maurício Baia – Gabriel Moura)
02. Habeas Corpus (Maurício Baia – Gabriel Moura)
03. Autoramas Urbanos (Maurício Baia – Gabriel Moura – Xina)
04. Tu (Maurício Baia – Gabriel Moura)
05. Tv Cultura (Maurício Baia – Gabriel Moura)
06. Luiza (Maurício Baia – Renato de Moura)
07. Lembrei (Maurício Baia – Gabriel Moura)
08. Ótima (Maurício Baia – Gabriel Moura – Rogê)
09. Baia and the mad Girl (Baia – Gabriel Moura) vers. inglês (Baia – Luciana Romero)
10. Maria da Penha (Maurício Baia – Flavinho Pinheiro – Gabriel Moura)
11. A Desejada (Maurício Baia)
12. Deus todo poderoso (Maurício Baia)


Vídeo no youtube com a música que dá nome ao disco: